A regularidade das
chuvas nos municípios da Baixada Maranhense e do Baixo Parnaíba está trazendo
uma nova esperança a agricultores familiares que aguardavam a chuva para
iniciar o plantio de arroz e milho. Os agricultores que receberam as sementes
distribuídas pelo Governo do Estado, por meio das Secretarias de Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (Sagrima) e de Desenvolvimento Social e Agricultura
Familiar (Sedes), plantaram os insumos logo nos primeiros dias de chuva.
Por meio do
Programa Viva Sementes, foram distribuídas a 150.500 agricultores familiares
maranhenses, 1.505 toneladas de sementes de arroz e milho. Agricultores das
Regiões Tocantina e Sul do Maranhão, por exemplo, não tiveram problemas com
chuvas e deram início ao plantio ainda no mês de dezembro, devendo iniciar a
colheita nos meses de março e abril.
O secretário da
Sagrima, Cláudio Azevedo, afirmou que por conta da falta de chuvas, os
produtores que fizeram o plantio anteriormente perderam suas lavouras.
"Choveu em algumas regiões e os produtores plantaram logo de imediato.
Outros aguardaram um pouco mais e só plantaram quando realmente as chuvas
regularizaram", explicou ele.
Na regional de
Viana, por exemplo, o gestor do escritório regional da Agência de Pesquisa
Agropecuária e Extensão Rural (Agerp), Marlúcio de Jesus Mendonça, explicou que
o que determina o início do plantio de arroz na região é o solo encharcado.
"Muitos agricultores que se anteciparam no plantio perderam suas
plantações, pois foram quase 30 dias sem chuva. Quem guardou a semente fez o
plantio logo após o reinício das chuvas", explicou ele.
O presidente da
Associação dos Produtores Rurais do Povoado Ricoa - localizado em Viana -
Claudionor Oliveira, informou que alguns produtores ainda estão receosos em
plantar novamente, após perderam suas lavouras. "Aqui tá chovendo muito e
algumas áreas estão alagadas e não tem como meter a enxada pra plantar",
contou ele.
Nos municípios da
regional de Pinheiro, o gestor da Agerp, José Orlando Martins Ferreira, afirmou
que a expectativa é de que se as chuvas continuarem caindo, a safra vai ser
boa. "Poucas pessoas plantaram as sementes e a maioria resolveu aguardar
as chuvas. Eles já estão concluindo o plantio", contou ele, que recebeu 60
toneladas de sementes de milho e 60 toneladas de arroz para distribuir aos
agricultores da região.
No caso da regional
do Baixo Parnaíba, que estava enfrentando seca, houve perda de até 80% no
plantio de agricultores que vivem nos municípios da área leste do Estado, como
é o caso de Santana do Maranhão. Por meio do Programa Viva Sementes foram
destinadas 51 toneladas de sementes de arroz e 40 toneladas de milho.
"Graças a uma
parceria entre a Agerp e a Embrapa, nós distribuímos sementes extras de milho a
agricultores que perderam o plantio", explicou o gestor da Agerp de
Chapadinha, Daniel José Coelho Almeida.
Apesar das
dificuldades enfrentadas pelos agricultores familiares neste início de safra, o
secretário Cláudio Azevedo lembrou que a expectativa para a safra 2012/2013 é
de um aumento de 41,67% na produção de arroz, em relação à safra passada,
devendo atingir uma colheita de 622.143 toneladas, segundo dados do IBGE.
Mesmo com a
estiagem do ano passado, a produção de arroz conseguiu manter o Maranhão como
maior produtor nordestino e 3º maior produtor do país, atrás apenas de Santa
Catarina e Rio Grande do Sul, o que está previsto se repetir também para a
safra deste ano.
O IBGE prevê,
ainda, que a produção de milho seja de 855.209 toneladas na safra 2012/2013,
representando um aumento de 31,73%, comparado à safra 2011/2012.
Grãos
Considerando as
culturas do arroz, milho, feijão e soja, a produção de grãos do Maranhão terá
um aumento de cerca de 10% em relação a safra 2011/2012, com uma produção de
3,3 milhões de toneladas de grãos, tendo a soja como responsável por mais de
50% dessa produção, com uma colheita estimada de 1,8 milhões de toneladas.
No caso da soja, a
colheita já foi iniciada na Região Sul do Maranhão, responsável por mais de 90%
de toda a produção do estado, que tem, ainda, o Baixo Parnaíba como a segunda
região que mais produz o grão.
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