Ao dar posse hoje (16) a três ministros, a
presidenta Dilma Rousseff justificou as mudanças nos ministérios como uma
necessidade de fortalecer a coalizão entre os que dão suporte a seu governo. A
presidenta empossou hoje os novos ministros da Agricultura, Antônio Andrade, do
Trabalho, Manoel Dias, e da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Moreira Franco,
remanejado da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE).
“Aprendi
que em uma coalização você tem que valorizar as pessoas que contigo estão,
esses parceiros na luta, que são companheiros que nos acompanham numa jornada
diuturna, então tem que estar conosco, nos momentos bons e nos ruim. Não
acredito que seja possível esse país ser dirigido sem essa visão de
compartilhamento e de coalização.”
Dilma disse que, ao longo do governo do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e nos últimos dois anos como
presidenta, aprendeu que governar “é necessariamente escolher entre várias
alternativas” e que é preciso valorizar a parceria de quem dá apoio ao projeto
político do governo. “Aprendi muito ao longo desse período sobre o valor da
lealdade entre aqueles que desenvolvem com a gente a tarefa de governar”, disse.
Segundo
Dilma, em um país grande e diverso com o Brasil, é impossível governar sem
coalizão. “Não se governa para uma região, mas para todo o país. Aprendi que
esse é um país desigual, por isso as políticas têm que levar em conta esse
fato, ao mesmo tempo, temos que fortalecer as forças que sustentam um governo
de coalizão.”
A
presidenta defendeu a estratégia de coalização e disse que o governo que não
consegue manter relações firmes com aliados perde sustentação. “Muitas vezes
algumas pessoa acreditam que a coalizão é algo incorreto do ponto de vista
político. Mas nós estamos assistindo, em alguns lugares do mundo, um processo
de deterioração da governabilidade justamente pela incapacidade de construir
coalizões estáveis, como na Itália e também nos conflitos fiscais nos Estados
Unidos”, citou.
Dilma
agradeceu a cada um dos ministros que deixam o governo: Mendes Ribeiro, Brizola
Neto e Wagner Bittencourt. Ela se referiu a eles como “amigos queridos” e
agradeceu ao “apoio, empenho e lealdade” dos três. “Vocês se separam do
governo, mas não se separaram do projeto e da trajetória de lutas. Muitas vezes
abriram mão de interesses pessoais e políticos em defesa dos direitos dos
brasileiros e pela concretização de suas esperanças e de um projeto no qual
acreditam”.
Ao
agradecer ao ex-ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, Dilma disse que, além
do caráter político, a relação entre eles tem “fortes bases afetivas”, o que
levou o ex-ministro às lágrimas. Em tratamento contra um câncer, mesmo
debilitado nos últimos meses, Ribeiro se manteve à frente do ministério. “O
Mendezinho é sobretudo uma pessoa de grande lealdade política e pessoal. Ao
Mendes, vou dizer, com muito carinho, obrigada pelo seu trabalho, e resista às
dificuldades porque nós, no Brasil, precisamos de você.”
Aos novos
ministros, a presidenta desejou boa sorte e muito trabalho, e disse que eles
serão responsáveis por “setores de relevância estratégica” para o governo.
“Estamos em um processo de transformar ministérios em ministérios profissionais
e meritocráticos.”
Dilma
disse ainda que “nenhum ministro é uma entidade isolada” e que os desafios do
país tem que ser vencidos juntos. “Faço um convite ao trabalho, sempre. Tenho
certeza que os brasileiros e as brasileiras esperam muito de nós. Temos
responsabilidade e obrigação de continuar transformando o sonho de um Brasil
mais justo em realidade.” (Agência Brasil)
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