Foto: via google
Não existe um pai ou mãe
normal, para os padrões sociais, que não se preocupe com seus filhos em relação
ao uso de droga, especialmente na fase da adolescência. Igualmente não há
pessoa que não se preocupe com a comercialização, com os drogados e as
consequências gravíssimas.
Quando chega à adolescência, a
preocupação ganha contorno de desespero porque a maioria dos pais já está sem
controle algum sobre os filhos. Esse descontrole começa logo na tenra infância
quando as criancinhas fazem birra à medida que seus pais fazem concessões.
Quando, por exemplo, o bebê joga a chupeta fora, além da gracinha que acham,
logo lhe é devolvida para agradar, sem questionamento de que a criança pode
mesmo nem estar querendo; deveriam devolver a chupeta somente após a criança
demonstrar desejo e ainda só algum tempo depois. Quando maiores, as crianças
aprendem que os pais lhes dão objetos à medida dos seus desejos e não da
condição real deles.
Ao constatar a existência do
domínio material sobre seus responsáveis, a dominação psicológica já existe há
muito mais tempo. Às vezes, as concessões surgem até da disputas entre os pais.
Um cede mais que o outro numa briga de quem seria mais simpático e aceito pelos
filhos.
Ninguém tem a receita pronta
para formar um cidadão de bem, mas existem algumas atitudes e comportamentos
que apontam para uma formação incorreta. Deixar os filhos saírem sem dizerem
para onde, e com quem estão acompanhados. Não estabelecer horário para voltar,
não exigir cumprimento estrito do horário estabelecido, achar graça sobre
atitudes deselegantes ou desrespeitosas nas relações interpessoais, seja com
mais jovens ou com idosos.
Deixar muito claro o quê é
razoável eticamente para uma negociação, o quê se pode ser aceitável, e do quê
não tem hipótese de negociação. Estudar, ir às aulas regularmente e fazer os
exercícios todos os dias só devem ser dispensados por orientação médica ou por
motivos extremamente relevantes. Jamais brincar antes de fazer os deveres
escolares!
Criar filho sem essas regras
pode até não torná-lo um homem sem caráter, mas vai depender exclusivamente da
sorte. Seria como deixar um copo de cristal cair no chão. Pode até não se
quebrar, mas é por pura sorte e muito raramente ocorre.
Os pais não estão repassando valores
que deem sentido de vida aos jovens e esses estão sem nenhuma perspectiva de
futuro. Para a sociedade, esse vácuo torna-se mais grave do que eventuais
desvios individuais. Eles deveriam auxiliar os filhos a terem projeto de vida.
Estimulá-los a desejarem apenas bens materiais seria apenas a ter uma tática,
não valores.
Por: Pedro Cardoso da Costa –
Interlagos/SP
Bel. Direito
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