Com poucas palavras, dupla que veio do XV chega ao
clube sonhando alto e adota discurso parecido ao citar características: ‘Tem
que saber marcar e atacar'
Diego Silva e Paulinho, reforços do Flamengo,
falaram muito pouco (Foto: Cahe Mota)
Timidez, poucas palavras, olhares perdidos e um
monte de sonhos na cabeça. Diego Silva e Paulinho foram apresentados como
jogadores do Flamengo até certo ponto assustados. A sala de imprensa do CT João
Havelange, em Pinheiral, onde o clube se concentra para período de
treinamentos, nem estava tão lotada assim, mas já dava a dimensão da nova
realidade da dupla. Destaques do XV de Piracicaba no Campeonato Paulista, os
dois estão agora no centro das atenções e são os primeiros reforços do time de
maior torcida do país para o Brasileirão.
O olhar impressionado com tudo que estava a sua
volta, no entanto, não atrapalha a ambição de quem busca o primeiro grande
reconhecimento no futebol. Apesar das declarações curtas, Diego Silva, volante,
de 23 anos, deixa claro que esta é a grande oportunidade da vida.
- Aos poucos, vamos nos soltando. O principal é que
isso aconteça dentro do campo. O reconhecimento será uma consequência. Se o
Flamengo estiver bem, automaticamente vamos aparecer também para o Brasil.
Temos que trabalhar duro para isso.
Fã de novo companheiro de trabalho Elias, Diego
evitou dar corda para as comparações de seu estilo com o de Vampeta -
principalmente em um clube onde o campeão mundial de 2002 não é muito bem
visto. Ao falar das próprias características, definiu-se como um volante
moderno.
- No futebol atual, tem que saber marcar e apoiar o
ataque. Tenho facilidade de fazer as duas funções. O Vampeta é o Vampeta, eu
sou o Diego Silva. É outra história.
Sorridente, mas não menos tímido, Paulinho repetiu
o discurso do amigo. Com um Flamengo no currículo, o de Guarulhos, o atacante,
de 24 anos, que passou pela base do Corinthians, disse:
- Temos que pensar grande, como é essa camisa do
Flamengo. São mais de 40 milhões de torcedores em todo o Brasil, e estamos
cientes desse peso. Viemos em busca de títulos.
A mesma modernidade que Diego Silva apontou como
qualidade marcou o discurso do atacante. Paulinho, por sua vez, deu a entender
que não chega para disputar posição com Hernane, artilheiro do Fla na
temporada, e se mostrou um pouco mais ousado com a bola nos pés.
- Sou um atacante que joga pelas beiradas do campo.
Sou rápido, gosto de ir para cima, e ajudo na marcação também. Hoje em dia, o
futebol está mudado. Se o cara não voltar para marcar, complica o sistema
defensivo. Ataco na correria e volto para marcar.
Paulinho e Diego Silva ficam no Flamengo por
empréstimo até 30 de maio de 2014, com preço dos direitos econômicos fixado,
caso o clube queira mantê-los em definitivo – o valor não foi revelado pelas
diretorias.
Por Cahê Mota Pinheiral, RJ
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