segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Professor em Coelho Neto, de bem com a profissão!

Num final de semana recheado de decisões nos Estádios de futebol pelo Brasil, com acompanhamento via TV; e ainda com muitas ocorrências de violência armada na nossa zona Rural e aqui na cidade, resolvi abordar sobre o tema professor quando da sua atividade na escola, e extraclasse.
O meu ponto de vista aqui vem, primeiro, concordar com a educadora e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Tânia Zagury, quando ela afirma que “Professor brasileiro é mal remunerado, trabalha em condições precárias e tem autoestima baixa. Já faz parte do senso comum que esses fatores influenciam na baixa qualidade de ensino oferecido pelas Escolas brasileiras”. Mas, ao mesmo tempo, vou abrir um parêntese para incluir uma exceção: Em Coelho Neto o professor vem recebendo benefícios importantes para com o exercício da sua atividade. Melhorando a sua autoestima.

Aqui neste pedaço do Maranhão, por nome Coelho Neto - em homenagem ao grande escritor e prosador Maranhense Henrique Maximiliano Coelho Neto, já estamos há 39 anos. Tempo bem vivido o suficiente para sustentar/emitir um ponto de vista para com a atividade de professor nesta cidade. Me levando a acrescentar aos dados da educadora Tânia Zagury - quando afirma que “os professores não se vêem mais com olhos de confiança e esperança” -, que em nossa cidade o professor já apresenta uma autoestima bem elevada, pois já vem exercendo sua atividade em sala de aula bem mais equipada, aparelhada. Ou seja, bem próxima ao modelo ideal de sala de aula recomendado. Os professores estão recebendo, constantemente, treinamentos, viagens, intercâmbios e muita assistência do aparelho gestor municipal. E tudo isso vem contribuindo, sobremaneira, para que o professor de Coelho Neto seja, atualmente, um profissional mais qualificado, mais motivado, mais sorridente e o mais bem pago do País, consequentemente.

Posso está cometendo exageros, mais como “os teus traz me dizem de onde vens e, por isso, te revela como estás indo” é que me faz afirmar que o professor de Coelho Neto vem ocupado os primeiros lugares na corrida rumo à satisfação plena quando da arte de ensinar. É claro que ainda precisa melhorar.

Que me desculpe a minha sogra (que é professora), meus amigos professores, meus colegas professores e que freqüentam o rachão (futebol), às sextas-feiras, e aos demais professores de Coelho Neto, mais durante esses meus quase 40 anos de Coelho Neto, nunca vimos aqui uma classe profissional tão bem assistida como a de professor. Peço desculpas a todos pela citação às atuais condições de vidas dos profissionais da sala de aula, em Coelho Neto. Mas, vamos refletir? Se tudo isso não fosse verdade, como justificar o bem-viver dos professores desta cidade, já que todos estão em ótimas residências, quase todos já vão à escola em seus automotores, estão sempre presentes em grandes acontecimentos na cidade?

 A valorização dos indicadores (residência, veículos e bem-estar) dos professores superam, e muito, a média dos demais profissionais de Coelho Neto. Daí a minha conclusão ao afirmar que vem crescendo, e muito, a autoestima (e benefícios) do Professor em Coelho Neto, quando do exercício da sua atividade em sala de aula, e fora dela. Por tudo isso, meus parabéns a todos os professores.

Mesmo apontando avanços da categoria Professor, não custa nada refletir sobre a entrevista da educadora e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Tânia Zagury. Como, segue:

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Do Gazeta do Povo (PR) 20/10/2010

A educadora e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro
 (UFRJ), Tânia Zagury, falou sobre o assunto para uma platéia formada por mais de 2 mil professores e educadores.

Tânia Zagury, mestre em Educação.
O professor brasileiro é mal remunerado, trabalha em condições
precárias e tem autoestima baixa.  Já faz parte do senso comum que
esses fatores influenciam na baixa qualidade de ensino oferecido pelas
Escolas brasileiras.
A educadora e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).  Tânia tem mais de 40 anos de experiência em sala de aula, é autora de diversos livros na área de Educação e, na sua publicação mais recente, O  Professor Refém, mostra o resultado de uma pesquisa realizada com 2 mil professores em 42 cidades brasileiras.
Uma das coisas que mais chamou a atenção da educadora é que os professores não se vêem mais com olhos de confiança e esperança.

 “Temos uma defasagem de pelo menos 25 anos para corrigir. Isso não
ocorre da noite para o dia. É preciso vontade política verdadeira para
mudar. É necessário separar a política partidária da Educação. Isso
vem acontecendo ano após ano. Chega de cada político querer colocar a
sua marca na Educação. É preciso dar continuidade naquilo que está
dando certo”, afirma. Leia abaixo trechos da entrevista concedida à
Gazeta do Povo.
 Em sua opinião, o trabalho do professor não pode sofrer influência externa?
Até certo ponto. Para fixar a base do trabalho sim. Considero que nenhuma outra profissão receba tanta interferência direta na maneira
de agir. De certa forma essa interferência mostra a falta de confiança
por parte da sociedade na capacidade do professor de trabalhar
adequadamente.

 As avaliações externas de verificação de qualidade, como o Ideb e Enem, seriam também um tipo de interferência?
Não. As avaliações externas foram o primeiro passo para se ter de fato
uma medida importante, para se tirar o pulso da Educação. Para
sabermos o quão doente ou saudável está nossa Educação e para onde
estamos caminhando.

Alguns governantes usam esses índices para premiar bons professores. Você concorda com a política de meritocracia?
 A meritocracia é importante em qualquer profissão. Um profissional que trabalha muito bem, que tem resultados maravilhosos e não é
reconhecido, vai paulatinamente ficando desestimulado. A meritocracia
é positiva porque estimula as pessoas a melhorar o seu desempenho. Mas ainda não é o momento para se colocar esta questão para o professor brasileiro.

Por quê?Porque se o ensino hoje está ruim é devido a uma série de medidas
equivocadas que foram tomadas ao longo das últimas quatro décadas. Se
há uma série de fatores externos atuando sobre a Escola que resultam
num ensino de má qualidade, não há lógica em premiar um professor que
se sai um pouco melhor. É preciso corrigir a base do problema da
Educação.

E qual seria esta base?
 

É formada por vários fatores. Estamos numa bola de neve. O professor
que atua em sala de aula foi mal formado desde a Educação básica. É um
ciclo vicioso. Além disso, a remuneração do professor foi caindo cada
vez mais. Ainda temos professor no Brasil que ganha R$ 300 por mês.
 A meritocracia será ideal quando todos os professores estiverem recebendo um salário decente. As empresas fazem isso e não é feio
aplicar na área de Educação. O problema é que a sociedade ainda
considera que o professor é quase que um sacerdote e trabalha por
amor. Mas ninguém alimenta seus filhos só com amor, é preciso ter
comida.

Muitos especialistas e o governo apontam que o gargalo da Educação brasileira está no ensino médio. É isso mesmo?
O nó da Educação está do 1.º ao 5.º ano do ensino fundamental. Nossos
alunos não estão dominando a leitura no 5.º ano. Apenas lendo de
maneira rudimentar. Se numa fábrica de carros, os carros saem e dão
problema, eles retornam para consertar. Na Escola isso não ocorre.

 Como você avalia o sistema de progressão continuada?
 
Como um fracasso. Neste estudo que fiz e mostro no livro, 95% eram
contra o sistema de ciclos com progressão continuada (que não admite
reprovação de alunos com baixo rendimento Escolar) porque não sabiam exatamente do que se tratava. Então como é que o gestor toma uma medida sem treinar o professor? A progressão continuada funcionou como aprovação automática. A assistência ao aluno com baixo rendimento nunca ocorreu.
Portanto, concordo com algumas colocações da professora, principalmente, quando ela afirma que a “prioridade” da “prioridade” está na correção das distorções do Ensino Fundamental.
No que se refere aos professores, situação, falta de apoio, baixos salários e baixa estima, é preciso compreender que a grande maioria dos atuais professores foi para a profissão por falta de opção em outras carreiras, sujeitando-se de pronto a receber um salário não condizente e sem vislumbrar um crescimento na profissão.
Assim, a vontade, a garra, o desejo de cumprir sua missão divide espaço com outras demandas, como melhorar o salário, plano de cargos e carreiras, diminuição do tempo de permanência em sala de aula e outras questões.
 Estou convencido, que precisamos, começando do zero, criar condições extremamente favoráveis para atrair novos personagens para o exercício do magistério:  atrair os melhores alunos do ensino médio para a profissão, premiar com bolsas e outros incentivos a permanência destes alunos nos programas de preparação; pensar em novas concepções para os cursos de pedagogia mais curtos e focados para o ensino na sala de aula (ensinar regra de três, vocabulário, fortalecer a leitura, o raciocínio dos alunos), submeter os professores a programas gratuitos e sólidos de atualização dos conhecimentos e meios adequados para o exercício da profissão (computadores, assinatura de boas
revistas técnicas, participação em seminários, gratificação pelo desenvolvimento de novas tecnologias).

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