A coincidência entre o centenário
de nascimento de Luiz Gonzaga e o registro de uma das piores secas vividas pelo
Nordeste brasileiro nos últimos 40 anos marcou o discurso de homenagem do
senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) ao cantor e compositor pernambucanoem sessão
especial do Senado. - A voz forte de
Gonzaga ainda ecoa, dirigindo-se para as autoridades, para denunciar o descaso,
a burocracia que seguram e impedem a velocidade na ajuda ao povo do Nordeste.
O centenário ocorre diante de mais
uma tragédia, fruto da ação da natureza para a qual o homem, com toda a
ciência, ainda não achou uma solução - lamentou. Após apontar o filme Gonzaga, de pai para filho como um dos
mais tocantes a que já assistiu, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) afirmou
que enquanto Luiz Gonzaga não fez seus
poemas e músicas, o Nordeste não existia para o resto do país. Cristovam
também destacou trechos de músicas do Rei do Baião, como A Morte do Vaqueiro e
Xote Ecológico, para realçar o viés filosófico e a preocupação com o meio
ambiente presente em suas composições. - O mais marcante em sua obra é sua
força social - emendou o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), para quem Luiz Gonzaga era "a bandeira do sertão
nordestino em que tremula o Brasil inteiro". Conterrâneo de Rei do
Baião, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) também assinalou a importância do
artista para o "transbordamento" da cultura nordestina para o resto
do país e o mundo. - Quero registrar a minha satisfação, o meu orgulho de participar
de um evento em que o Senado fala em nome do Brasil. É uma homenagem do povo
brasileiro a uma figura que, sem dúvida nenhuma, tem um espaço forte na
formação da musicalidade do país - destacou Jucá.
A genialidade do criador do clássico Asa
Branca também foi exaltada pelo senador Valdir Raupp (PMDB-RO), que creditou a
Gonzagão o feito de tirar o Nordeste da sombra e lançá-lo na mídia. -
Envolvidos em sentimento de muito orgulho, brasileiros de todos os cantos
agradecem o privilégio de ter abrigado um dos maiores talentos musicais, que
trouxe uma incomensurável contribuição para a cultura brasileira - declarou
Raupp.
A sessão especial de homenagem a
Luiz Gonzaga foi presidida pelo senador João Vicente Claudino (PTB-PI), que
recordou a morte do Rei do Baião, no dia 2 de agosto de 1989, vítima de parada
cardiorrespiratória, em Recife (PE). - O Velho Lua, como também era chamado,
repousa eternamente na pequena Exu, ao lado dos pais no Mausoléu do Gonzagão,
que fica dentro do Parque Asa Branca, às margens da BR-122, um museu a céu
aberto da vida e da obra do inesquecível Lua, um patrimônio cultural do
nordeste brasileiro - relembrou João Vicente.
Fonte: Mais Forró
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