segunda-feira, 5 de agosto de 2013

"A Educação é responsável por 71% da evolução do IDHM do Brasil"


Os Estados do Tocantins, Maranhão e Piauí, três dos mais miseráveis do país, tiveram a maior variação no componente educação do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de 1991 a 2010.

O Maranhão e o Piauí registraram variações de pouco mais de 78% e o Tocantins apresentou índice de 89% em 20 anos. Os três Estados ocupavam as últimas posições do ranking nacional em 1991. Vinte anos depois, o Tocantins passou para a 14ª posição, o Piauí subiu uma, para a 25ª, e o Maranhão, que estava em último lugar, passou para o 19º. O índice da educação, que era classificado como muito baixo nos três casos, subiu para médio.

O IDHM foi divulgado na semana passada no Atlas do Desenvolvimento Humano Brasil 2013, preparado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). No Brasil, a área da educação teve o maior crescimento relativo, com 129% no período de 1991 a 2010.

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A divulgação desses dados é importante, principalmente neste momento em que recrudesce a luta pelo poder, com a turma do contra, aqueles que querem a volta do Brasil aos tempos da Casa Grande e Senzala, apelando de tudo quanto é jeito para desestabilizar o governo trabalhista.

Nessa luta, vale tudo. Desde artigos cínicos do "imortal" FHC até apelos pela volta da ditadura militar nas redes sociais. O que importa para os ideólogos do reacionarismo é promover o caos no país, abusando de qualquer meio que possibilite isso.

A contrainformação, a mentira mais deslavada, os boatos mais criminosos, a desfaçatez corporativista de algumas categorias profissionais, como os médicos, o acobertamento despudorado de escândalos promovidos pelos amigos, a divulgação de notícias alarmistas sobre assuntos tão variados quanto economia ou segurança pública, tudo isso faz parte da estratégia para manter o governo federal e seus aliados sob constante pressão e para confundir a população, levá-la a pensar que o Brasil já deu o passo adiante que faltava para cair no precipício.

Ora, qualquer pessoa que não esteja cega pelo ódio ideológico ou pelo preconceito de classe sabe que o país melhorou muito, em vários campos, nos últimos anos - e que há uma imensidão de coisas ainda a fazer para levar a população a um estágio mais amplo de justiça e igualdade social e econômica, o que, em suma, é o objetivo de todas as nações do mundo.

Dizer que a educação, a saúde, a infraestrutura, a moradia, os transportes, o nível de emprego e renda, o acesso ao crédito, só para ficar em alguns exemplos, são hoje piores do que décadas atrás é uma desonestidade monstruosa.

Essa notícia da melhora da educação no país, segundo dados de uma entidade insuspeita como o PNUD, que faz parte da ONU, não é para ficar restrita ao rodapé das páginas dos jornalões.
Merece, isso sim, um destaque que infelizmente não será dado a ela, porque a imprensa, como até as pedras sabem, não está nem aí para a informação, já que seu negócio, até mesmo antes de os trabalhistas se mudarem para o Palácio do Planalto, é funcionar como um partido político informal, a serviço do que mais retrógrado existe na sociedade brasileira.

De qualquer forma, os fatos apontam que o Estado do Tocantins passou de um IDHM Educação de 0,369 em 1991 para 0,699 em 2010. Entre os itens que compõem o indicador, a taxa de analfabetismo dos jovens de 15 anos ou mais ainda está abaixo da taxa brasileira, mas passou de 30,12% para 13,09% - no Brasil, a taxa de 2010 é 9,61%. Quanto à escolaridade, a expectativa de anos de estudo passou de 6,36 para 9,8, superando a expectativa brasileira de 2010, de 9,54. O atendimento também melhorou e superou a taxa brasileira de 93,19%. Se em 1991, 65,77% das crianças e jovens tocantinenses de 6 a 17 anos estavam na escola, em 2010 a taxa subiu para 93,86%.


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Em outro Estado paupérrimo, o Piauí, a taxa de atendimento também foi superada em 2010 - 94,45% das crianças e jovens de 6 a 17 anos estavam na escola, enquanto em 1991 as redes de ensino atendiam a 62,91%. A expectativa de anos de estudo no Estado passou de 5,89 para 9,23 anos - abaixo da nacional. A taxa de analfabetismo dos jovens de 15 anos ou mais ficou acima da brasileira. Em 1991, 40,46% não sabiam ler ou escrever, em 2010 eram 22,92%. O IDHM Educação do estado passou de 0,362 para 0,646.

Até mesmo no Maranhão o IDHM Educação passou de 0,357 para 0,639. A taxa de atendimento de 6 a 17 anos passou de 59,38% para 93,01%, ainda abaixo da brasileira. A expectativa de anos de estudo também ficou pouco abaixo da nacional em 2010, atingindo 9,26 anos, mas apresentou aumento em relação à expectativa de 6,29 anos de estudo em 1991. Há 22 anos, a taxa de analfabetismo no Estado era 40,68. Vinte anos depois, 20,87% não sabem ler ou escrever.


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"Nesses últimos 20 anos, a educação é responsável por 71% da melhora do IDHM do Brasil", disse na última semana o ministro da Educação, Aloizio Mercadante. Ele reconheceu que a evolução não significa que todos os municípios tenham atingido um nível satisfatório e lembrou que esses municípios precisam de apoio. "Esses municípios precisam de reforço, acompanhamento e apoio". 
Segundo a diretora executiva do movimento Todos pela Educação, Priscila Cruz, os dados mostram que o primeiro passo para a conquista do direito a uma educação de qualidade está sendo dado no Brasil. "O que a gente viu foi que nos último 20 anos o país avançou bastante, justamente no que estava atrás. Quanto mais atrás, maior o potencial de avanço", explica.

(Com informações complementares da Agência Brasil)

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