No próximo sábado os relógios devem ser atrasados em uma hora. É o término do horário de verão que começou dia 17 de outubro de 2010.
Depois de quatro meses em vigor, o horário de verão termina no próximo sábado. À meia-noite, os relógios deverão ser atrasados em uma hora. A medida deve ser seguida no Distrito Federal e nos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
A alteração do horário de verão, que iniciou no terceiro domingo (dia 17) do mês de outubro, termina o ciclo no dia 20 de fevereiro. Na prática, além da redução da carga consumida, a ação também colabora para que a luz natural seja aproveitada de forma mais intensa. Segundo especialistas, exatamente nesta temporada, os dias são mais longos devido à posição da terra em relação ao sol. Este fator faz com que a luminosidade se estenda por mais tempo. Outro fator fica por conta da produção industrial que aquece no período natalino, além do aumento do calor no verão.
Objetivos
O período de quatro meses em que a medida é aplicada sustenta o objetivo de desacelerar o ritmo da demanda no chamado horário de ponta. Trata-se da faixa das 18h às 21h, momento em que o consumo de energia é mais intenso nas residências. O principal objetivo do horário de verão é o melhor aproveitamento da luz natural em relação à artificial, adiantando-se os relógios em uma hora, de forma a reduzir a concentração de consumo no horário entre 18 e 20 horas.
Esse fato leva a um menor carregamento de energia nas linhas de transmissão, nas subestações e nos sistemas de distribuição, reduzindo o risco de não atendimento às cargas no horário de ponta, em uma época do ano em que o sistema é normalmente submetido às mais severas condições operacionais, uma vez que este é um período de maior consumo. A redução da demanda máxima impacta também na redução da necessidade de novos investimentos em geração e transmissão de energia elétrica.
Assim, a redução dos picos máximos nos horários de demanda por energia – proporcionando uma utilização mais uniforme durante o dia – é uma medida de eficiência energética. Quanto mais uniforme a utilização da energia no período diário, mensal e anual, melhor se aproveita o sistema elétrico disponível, os recursos energéticos e naturais.
Nos últimos dez anos, o horário de verão possibilitou a redução média de aproximadamente 5% na demanda por energia durante o horário de ponta. Isso significa que deixaram de ser consumidos, no horário de maior carga, aproximadamente 2 mil megawatts de energia a cada ano.
Economia
Nos últimos anos a redução média da demanda tem se situado em torno de 5% nas regiões onde foi aplicada a medida. As análises também demonstram que essa redução da demanda de ponta tem evitado novos investimentos da ordem de R$ 2 bilhões a cada ano, na construção de usinas geradoras de energia.
A redução de demanda por energia nas regiões Sudeste e Centro-Oeste durante o horário de verão equivale à carga, no horário de ponta, de 62% da cidade do Rio de Janeiro; ou 2 vezes a cidade de Brasília; ou 1 cidade com 3,8 milhões de habitantes. Na região Sul, equivale aproximadamente a 75% da carga no horário de ponta da cidade de Porto Alegre, ou uma cidade com 1,1 milhões de habitantes.
A redução no consumo de energia no período do horário de verão, nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, equivale aproximadamente a 10% do consumo mensal da cidade do Rio de Janeiro; ou o consumo da cidade de Vitória (ES); ou uma cidade com 320 mil habitantes; ou 25% do consumo mensal de Brasília. Na região Sul, equivale aproximadamente a 10% do consumo mensal da cidade de Porto Alegre ou uma cidade de 150 mil habitantes. (Fonte: ONS)
O horário de verão tem sido um valioso instrumento de uso eficiente e racional da energia elétrica e tem ajudado o país a garantir a sua oferta de forma mais contínua e segura, com preços adequados à realidade nacional.
Origens
Não existe um consenso sobre a origem do horário de verão na história da nossa civilização, mas alguns estudos afirmam que ele foi criado por Benjamim Franklin, em 1784, nos Estados Unidos, quando percebeu que o sol nascia antes de as pessoas se levantarem, durante alguns meses do ano. Ele pensou, então, que se os relógios fossem adiantados em uma hora, naquele período, poderiam aproveitar melhor a luz do dia ao entardecer e economizar velas, já que naquele tempo ainda não existia luz elétrica. Mas naquela época as suas ideias não despertaram o interesse das autoridades.
Em 1907, um construtor chamado William Willett, membro da Sociedade Astronômica Real Britânica, resolveu fazer uma campanha na Inglaterra para colocar em prática o horário de verão. Mas as pessoas reclamaram muito e a proposta não obteve êxito. Foi somente durante a Primeira Guerra Mundial, em 1916, que outro país europeu – a Alemanha – resolveu adotar essa medida pela primeira vez, tendo em vista sua necessidade de se economizar energia por conta da Guerra.
No Brasil, o horário de verão foi instituído pela primeira vez no verão de 1931/1932, pelo então presidente Getúlio Vargas. Sua versão de estreia durou quase meio ano, vigorando de 3 de outubro de 1931 até 31 de março de 1932. No verão seguinte foi reeditada a medida com a mesma duração da primeira versão.
Posteriormente, a adoção da medida foi retomada em períodos não consecutivos, nos anos de 1949 até 1953, de 1963 até 1968, e nos tempos atuais a partir de 1985. O período de vigência é bastante variado, mas a média nos últimos 20 anos está em torno de 120 dias de duração, no Brasil.
fonte: blog do Planalto