quarta-feira, 16 de março de 2011

É preciso reagir

A atenção da humanidade, neste momento, é para com a catástrofe no Japão.  E para quem acha que a natureza, abaixo de DEUS, não apronta as suas ai a resposta nua e crua. É preciso entender que somos minúsculos demais diante das coisas do Pai Todo Poderoso. 
Lá, foi um terremoto nas profundezas do Pacífico que “chacolejou” a água lá embaixo e fez chegar à superfície tamanha voracidade em volume de líquido, denominada Tsunami. Tudo muito devastador.  E a tragédia aconteceu deixando o mundo todo perplexo, apenas olhando tudo sem nada poder fazer.
Aqui no nosso Brasil, em vários estados, as chuvas continuam aprontando as suas.  Aqui no Maranhão os rios, com suas águas superando os seus limites, botam o povo ribeirinho para correr.
E você começa a se perguntar aonde quero chegar com este texto. Calma, pois prosseguir é preciso para você entender o título inicial.
Para você começar a entender o nosso raciocínio vou lembrá-lo da nossa postagem sobre a Rodovia de acesso a Afonso Cunha.  A estrada é um desastre.  Entendeu agora?  Não! Pois, tanto lá (no Japão) como cá (no Brasil), é preciso reagir.

Foram os efeitos negativos dos “baculejos” da ida e da volta, quando da nossa visita ao “lava-pratos” de Afonso Cunha via uma das piores estradas do Maranhão, que contribuíram para que o companheiro Carlos Machado externasse o seu sentimento para com uma região que se apresenta muito próspera e que o sistema teima em não colaborar fomentando o desenvolvimento desta microrregião.  Meus parabéns ao companheiro Carlos Machado pela belíssima postagem em seu blog, e que reproduzimos agora para você, como segue:


A tragédia que abalou o Japão e que abriu mais, ainda, o "olho" do Mundo nos últimos dias, exacerbou o meu "terrível" pessimismo com relação ao futuro. Não só em escala mundial, mas, também, com relação aos humanos da Microrregião de Coelho Neto.
Estamos todos perdidos. Qual o futuro que cidades como Afonso Cunha, Duque Bacelar, Aldeias Altas e Coelho Neto podem oferecer aos seus jovens, idosos e crianças? Uma região devastada pela pobreza, pela falta de perspectivas. Cidades que não oferecem condições mínimas de ascensão social, econômica e cultural. Esquecidas por décadas, sempre foram degraus de enriquecimento de muitos, que pelo descaso culpam a Geografia natural pelo atraso.
Estrada  de acesso a Afonso Cunha (Foto: do blog Lingua Solta)
Os investimentos no setor produtivo inexistem. A distância dos grandes centros consumidores impede que empresários sequer pensem em instalar empreendimentos por aqui. O Setor Primário é arcaico, o Secundário está se retirando (como o Grupo Industrial João Santos, em Coelho Neto), em Aldeias Altas os trabalhadores, sem qualificação, são explorados pelo grupo Top Glory Agro Industrial (em Duque Bacelar e Afonso Cunha, nem isso!), o Setor Terciário é insignificante e desorganizado, com a maioria dos trabalhadores da iniciativa privada sem carteira assinada e percebendo salários irrisórios.
A Região vive exclusivamente do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). A maioria dos recursos que movimentam a Microrregião são oriundos de aposentadorias rurais e do bolsa família. As Prefeituras ainda fazem algo se conseguirem recursos federais ou estaduais, pois a cota do Fundo de Participação sempre é destinada para pagamento da folha de servidores e despesas de custeio e, para piorar, não recebem IPTU, ISS ou outro tributo municipal porque a população não pode pagar.
A infraestrutura das cidades é menos que minguada: não existe turismo, não tem restaurante, hotel, bar (digo, com qualidade), cinema, peça teatral, shows, área de lazer, parques, enfim. Estamos nos transformando em cidades-dormitórios. Na hora de passear com a família procuramos outros centros urbanos ou então recorremos à única diversão existente: "encher a "cara" de cachaça."
Por aqui quase tudo já foi destruído: flora, fauna, nascentes de riachos; as promessas para o Rio Parnaíba são as piores possíveis: assoreamento, ausência de mata ciliar, esgoto doméstico e industrial (nos grandes centros por onde passa) e pesca predatória estão fazendo o Rio definhar. O Meio Ambiente "geme as dores do parto".
Os jovens (homens e mulheres) em idade produtiva vivem na expectativa de um concurso público, muitos com escolaridade razoável se submetem à função de vigias e zeladoras ou arrumam a mala e seguem viagem para o Sul, Sudeste ou Centro-Oeste. Se não conseguem vaga no serviço publico ou não querem partir, ficam de "cara" pra cima, trabalhando de domingo a domingo, ganhando 1/3 do salário mínimo em uma dessas lojinhas de variedades ou de roupas.
Coelho neto possui uma estrutura educacional com diversos cursos superiores, um centro tecnológico federal que brevemente será construído. Mas ao se formarem para onde irão estes jovens profissionais? Seremos meros formadores e exportadores de mão - de- obra?
Bons gestores como Soliney Silva, de Coelho Neto e José Leane, de Afonso Cunha, têm uma visão "apurada" e a mesma preocupação com relação ao futuro. Mas, o que Eles podem fazer? Como atrair para a Microrregião empreendimentos geradores de emprego e renda? Como alavancar o desenvolvimento econômico? Como patrocinar condições de igualdade para todos em situação tão adversa?
Sinceramente, o meu pessimismo é letal, não consigo vislumbrar a tão amada "luz no fim do túnel". E, também, não quero esmiuçar a situação, será pior. Mas, não devemos desistir, nunca! É Questão de honra continuar persistindo. Quem sabe um dia, de repente, do nada, como tudo foi criado, a esperança apareça. Quem sabe?

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