Nas sociedades contemporâneas, a força de uma profissão define-se, em grande parte, pela sua capacidade de comunicação com o público. E comunicar ao público requer embasamento e justificativas de conhecimento de causa. Portanto, a força de uma profissão não vem com discursos ao público, mas com a formação dentro da profissão.
O excesso dos discursos esconde, freqüentemente, uma grande pobreza das práticas. E esses discursos, em grande maioria, não se transformam em benefícios. Servem, em grande parte, apenas para marcarem território e para externarem frustrações diversas; por conta da insegurança provocada pela falta de justificativas para com a efetivação de pautas inventadas e, principalmente, da necessidade de impor “liderança” em uma classe.
Ou melhor, na prática a teoria é outra. É preciso haver ética e conscientização para com a realidade na hora de tentar fortalecer uma profissão. Nesse sentido, nos dias atuais, não é mais tolerável destemperos de “líderes” terroristas psicológicos.
Este meu preâmbulo se faz necessário em face ao tema aqui a ser abordado, que é a Formação do Professor por dentro da profissão. Não sou um professor de formação acadêmica, mas de formação por conseqüência de vida. Esta a minha justificativa ao tentar expressar o meu ponto de vista para com a atual Formação de Professores.
Tamanha ousadia minha aflorou após concluir a leitura do belíssimo livro “O Regresso dos Professores”, do Escritor Português António Nóvoa – Doutor em Ciências da Educação e Reitor da Universidade de Lisboa. E por falar em António Nóvoa, foi um grande prazer estar ao lado desse grande Escritor e Doutor para com a formação de Professores. Estivemos juntos falando de livros quando da sua palestra no Congresso Internacional sobre Formação de Professores e de Gestão em Educação, realizado de 26 a 28 de maio/2011, em São Luís, conforme foto abaixo.
Escritor António Nóvoa,
após autografar livro para Raymundo José
António Nóvoa, em “O Regresso dos Professores”, deixa claro a urgente necessidade de uma melhor preparação da Profissão de Professor.
“É preciso promover novos modelos de organização de professores” (António Nóvoa).
Para o Escritor, “quanto mais se fala da autonomia de Professores mais a sua ação surge controlada, por instâncias diversas, conduzindo a uma diminuição das suas margens de liberdade e de independência”.
E um Professor sem liberdade e sem independência não conseguirá atingir os seus anseios profissionais.
Um exemplo do que fala o Escritor é a organização Sindical a que estão envolvidos muitos Professores. Essa falsa representação dos Docentes não ajuda em nada para com o Objetivo Real Final do exercício da profissão. A maioria dessas “representações” serve apenas para justificar a atuação de uma organização em prol dos objetivos políticos de poucos. Estes não sendo os verdadeiros Professores.
Sou partidário de novos modelos para com a formação de professores, dentro do exercício da profissão, como sugere (em quatro itens) António Nóvoa:
2o – Análise Coletiva das práticas pedagógicas (de cada professor);
3o – Obstinação e persistência profissional para responder às necessidades e anseios dos alunos;
4o – Compromisso Social e vontade de mudança.
Esses quatro pontos são fundamentais, mas eu acrescentaria um quinto item:
5o – Avaliação Periódica do trabalho do Professor (via mecanismo específico)
Aqui neste item pode está uma grande ferramenta para uma ótima formação do Professor, pois o alunado terá a sua instrução avaliada conforme um mecanismo específico, e que a média alcançada pelo grupo de alunos será a responsável para dizer quais os próximos passos para com a formação do Docente. Este mesmo mecanismo será o ponto chave na hora de valorizar o Professor, no quesito remuneração mensal. Se os alunos tiverem média elevada na instrução proposta, o Educador será recompensado por tal feito. Esse mecanismo libertará todos os Professores das garras dos sindicalistas, já que o salário de cada Docente será conforme a sua atuação e resultados. Naturalmente os mais comprometidos com a causa e que melhores resultados conseguirem serão os mais bem remunerados, sem precisar ter “representantes”. Aí sim, o Professor terá a liberdade e a Independência conforme cita António Nóvoa.
Dedicatória para Raymundo José
Para o Raymundo, um livro que fala dos Professores
e que alimenta novas esperanças. António Nóvoa- 26.5.2011
No meu ponto de vista não é justo o Professor “A” (dedicado, comprometido com a causa e com a busca de bons resultados na aprendizagem dos alunos) ser colocado no mesmo ranking profissional do Professor “B”, que só pensa nas vantagens dele próprio; ou melhor, no salário que vai receber no final do mês; não ligando para os resultados negativos que possam vir.
Assim, o exemplo dos médicos e dos hospitais escolares e o modo como a sua preparação está concebida nas fases de formação inicial, de indução e de formação em serviço talvez nos possa servir de inspiração.
Portanto, é preciso passar a formação de Professores para dentro da profissão. Só assim todos os Professores, com liberdade e Independência, conquistarão Autonomia Educacional e valorização financeira, na mesma proporção dos seus esforços aplicados.
Aí, sim, a força da profissão Professor estará no próprio Docente. Exterminando, de vez, as falsas representações de classe.
Simples assim!
Ah, recomendo a você fazer a leitura do Livro “O Regresso dos Professores”
Olá... Achei muito interessante esse livro...
ResponderExcluirO comprarei e o lerei.
Me interessei pelo assunto.
Os professores hoje em dia estão mais para massa de manobra, ter que aprovar o aluno no final do ano sem ele estar preparado é o fim...
Infelizmente o modelo de educação que temos está longe de ser o ideal, pior que não vejo melhorias a curto prazo.
Abraços.