As primeiras chuvas começam a cair em algumas localidades desse nosso
grande nordeste.
Mas, ao contrário do que muitos
podem pensar, o problema da seca não se acaba com elas. Rebanhos dizimados,
prejuizos acumulados pela perda total das lavouras em muitas regiões,
endividamento e êxodo rural são reflexos que hão de perdurar por muito tempo. O
que dói é saber que a falta de chuva não é falta de água, necessáriamente. E a
nossa região, rica em recursos hídricos, poderia estar menos vulnerável ao
problema.
Quem já viu a sede de perto, e a
devastação da seca bem ao lado de grandes cursos de água, Rios Parnaíba e
Itapecuru - por exemplo, entende a que me refiro. Faltam projetos voltados para a construção de grandes açudes nas áreas
onde, no inverno, os riachos correm a toda largura com grandes volumes de água.
E faltam porque, antes disso, seria preciso vontade política, bom senso e
investimentos – pois tecnologia e conhecimentos já são de domínio público. É
preciso usar com eficiência o nosso patrimônio hídrico. Implementar construção
de pequenos açudes/ barragens onde eles não existem, é criar mecanismos para
otimizar a utilização dessas ferramentas tão importante na produção de
alimentos, que sem eles não há vida.
Buscar, urgentemente, a
efetivação de uma frente de desenvolvimento de ferramentas de contenção de
recursos hídricos nos seus cursos naturais, açudes em cada pequena localidade - por exemplo, é a ação a ser
posta em prática. Do contrário, amanhã o problema estará bem aos nossos pés, e muito
mais grave.
É preciso agir! Pois a falta de água neste momento, à
disposição do homem do campo, é consequência da inexistência de procedimentos
para com a permanência dela (água) em seus leitos naturais ou desenvolvidos
(açudes, etc).
A arte de fazer “Mar
com a água da chuva” é a chave da sobrevivência humana. Dominar esta
técnica, sem dúvida, foi um dos grandes aprendizados da nossa espécie humana.
Negar o seu acesso a quem precisa é irresponsabilidade, para dizermos o mínimo. A água que não seguramos (em barragens ou
açudes) é enérgia potencial: a comida que poderia ter sido produzida, a renda
que poderia ter sido gerada, mais não foi. As divisas que poderiam ter entrado,
melhorando a vida de milhares de pessoas.
A água da chuva, que forma a nascente, que corre riacho abaixo, que no
caminho, às vezes, se torna açude, que ambos convergem aos rios, estes que sempre caminham ao mar podem, ao longo do seu
curso, produzir riquezas, gerar qualidade de vida e desenvolvimento na fonte da
cadeia alimentar (o campo), tops indispensáveis para a transformação social da
nossa gente.
É isso!
Vejo assim e, até o momento, esta é a minha maneira de ver o problema.
Afinal, ter água no inverno e não segurá-la (em açudes,
pequenas barragens, etc) é o mesmo que não tê-la. E se não temos como segurá-la
(a água) no inverno, quando chega o verão acontece o que estamos vendo: uma grande seca.
- Por que será que é tão difícil
assim segurar a água, quando ela corre
em abundância no seu curso natural?
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