Por Chico Vigilante.
A abstenção nas eleições
municipais deste ano foi a segunda maior na história do Brasil. É necessário
mostrar ao eleitor brasileiro a importância de participar. A Justiça Eleitoral e
grande parte da mídia brasileira agiram apostando na abstenção de votos nas
eleições municipais. Não entendo porque agora estão estranhando os resultados
neste sentido.
Os mesmos articulistas que
passaram os últimos meses focando na criminalização da política, colocando
holofotes no julgamento da Ação Penal 470, e mandando recado aos eleitores de
que não existem homens sérios na política deste país, agora demonstram surpresa
com os índices de abstenção que no segundo turno alcançou cerca de 19% dos
eleitores.
No último dia 28.10, mais de
25 milhões de pessoas foram às urnas votar, mas cerca de seis milhões não
compareceram à votação. A abstenção nas eleições municipais deste ano foi a
segunda maior na história dos segundos turnos do Brasil, iniciada em 1992.
O número só é menor do que
nas eleições de 1996, a primeira totalmente informatizada no Brasil, quando o
índice chegou a 19,4%. O número de hoje também é maior do que no primeiro turno
deste ano, quando 16,4% dos eleitores não compareceram às urnas. Em 2008, esse
índice foi de 18% no segundo turno e de 14,5% na primeira fase do pleito.
O Programa de televisão da
Justiça Eleitoral sobre o ficha limpa mostrava um mecânico com as mãos cheias
de graxa preta, insinuando que políticos sujam as mãos. Melhor papel teria feito se mostrasse aos eleitores a importância do voto para a democracia e acidadania.
Depois das eleições a
ministra Cármen Lúcia, presidente do TSE, disse que se "preocupa" com
o índice alto de abstenção e que a Justiça Eleitoral e especialistas deverão
analisar meios mais "eficazes" de convidar o eleitor a votar.
Criticar genericamente os
políticos só faz com que um sentimento de desconfiança em relação à política se
instale no país, gerando cidadãos apáticos ou desiludidos, e diminuindo sua
disposição para agirem politicamente de forma correta.
Os altos índices de
abstenção demonstram que a defesa feita por alguns de acabar com a
obrigatoriedade do voto no país, não contribui para o bem do Brasil.
Infelizmente ainda não estamos preparados para tal. Se abster nas eleições não
elimina os maus políticos, não impede a
corrupção. Apenas demonstra o despreparo e a fragilidade política de
alguns cidadãos.
Temos diferentes espaços
de participação política e eles devem ser preenchidos com a contribuição do
cidadão. Esse posicionamento é de extrema importância para a construção de uma
sociedade verdadeiramente democrática, igualitária social e politicamente. Não
podemos nos esquecer: somos nós os
responsáveis pela história de nosso país
Nenhum comentário:
Postar um comentário