Em 2006, esse título
deveria ser acrescido de mais um “R” para significar o quadrado mais famoso da
seleção brasileira: Ronaldo, Ronaldinho, Roberto Carlos e Robinho.
Definitivamente, a relevância dos “Rs” aqui tem o objetivo de tentar salvar o
planeta, e não apenas o Brasil que, comprovadamente, não foi salvo pelo seu
quarteto mágico.
Virou moda falar em
reciclagem como alternativa ao aumento de consumo e de produção. Em alguns
países essa medida já está num estágio bastante avançado, grupo do qual o Brasil
não está incluído. Faz-se necessário a inclusão imediata para que haja solução
para o lixo e tudo que está relacionado a ele.
Mas antes mesmo de se
praticar a reciclagem, há dois procedimentos necessários, que não dependem dos
cidadãos em geral, mas das autoridades e das empresas. O primeiro “R” seria
para reduzir a produção de bens descartáveis, uma exclusividade da indústria de
produção, que não tem correspondido nem pelas empresas brasileiras nem pelas
multinacionais. Exemplos: o uso de uma toalha de pano em vez de papel, copos de
vidro ou de louça para substituir os de plásticos, processos e documentos de
papel deveriam dar lugar aos eletrônicos.
Como você nunca viu!
Já o segundo “R”
preventivo refere-se ao “reaproveitamento” das coisas materiais. De início, a
resistência à aplicação desse “R” vem sob a alegação de segurança quanto à
higiene. Nesse ponto o Brasil ainda engatinha. E, como de hábito, culpa-se logo
o fato de não ter uma lei especificando como deve ser reaproveitado isso ou
aquilo. Deveria acontecer uma mudança de hábito antes da lei. Casas e
apartamentos deveriam ser construídos com estrutura para reuso de água de pias
e de máquinas de lavar, como já se faz em países desenvolvidos.
Fecha-se o ciclo de “R”
com o da “reciclagem” que se confunde naturalmente com os demais. Num
determinado momento os “Rs” anteriores se esgotam, aí está a fase da
reciclagem, praticada de forma parcial pela população. Faltam políticas
públicas efetivas para permitir aos cidadãos a entrega do material reciclado.
Os munícipes deveriam exigir de forma incisiva que cada prefeitura coloque em
prática a reciclagem em toda a cidade, com a retirada do material na
residência. Na cidade de Cerquilho, em São Paulo, a coleta de material
reciclado ocorre em dias determinados e noutros os orgânicos. Se o morador
misturar ou inverter os resíduos, ele recebe uma multa e não é retirado
enquanto não for separado.
O conjunto dos verbos
reduzir, reutilizar e reciclar deve ser praticado concomitantemente; um não
exclui os outros. Eles se complementam e todos são necessários para consolidar
a cidadania e a construção de um planeta melhor. Mas para isso acontecer
precisa de uma atuação integrada entre pessoas, empresas, ONGs e governos.
Pedro Cardoso da Costa – Interlagos/SP
Bacharel em direito
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