Em três semanas no Bota, jogador não conhece nada do Rio de Janeiro, mas já balançou as redes duas vezes.
GLOBOESPORTE.COM levou o meia à praia
Por Thiago Fernandes Rio de Janeiro
(Foto: Thiago Fernandes/Globoesporte.com)
Elkeson foi o personagem principal de uma arrastada novela envolvendo dois grandes rivais cariocas e alguns coadjuvantes. Disputando com o Fluminense, o Botafogo teve que negociar com o Vitória, o atleta, o empresário e o Benfica-POR, que detinha parte de seus direitos econômicos. O esforço parece ter valido a pena. Em três semanas (e três jogos) no clube, o meia já marcou dois gols e mostra a cada dia que está se entrosando com os companheiros.
O bom início, entretanto, não é uma surpresa na vida do jogador. Aos oito anos, quando se mudou de Coelho Neto - MA para Marabá (MS), fez muitos gols nas aulas de educação física. Isso lhe valeu um convite para treinar nas escolinhas locais. Logo nos primeiros jogos, balançou as redes. Aos 12 anos, foi recrutado por um olheiro que o levou ao Vitória. E aí começou o grande desafio de sua carreira: ficar longe da família.
O meia se mudou sozinho para Salvador. Ficou durante alguns anos morando na concentração do time baiano até que o clube resolveu alugar apartamentos para que os jogadores dividissem. Ao lado de dois amigos, teve que se virar com os afazeres domésticos e com a saudade de casa.
- Essa época foi muito difícil. Eu era muito novo, e a saudade da família batia muito forte. Tinha os amigos que ajudavam a esquecer um pouco, mas era complicado. Quando me mudei para o apartamento, passei a ter que fazer as coisas do dia a dia. Na hora de comer, a gente dava um jeito de fazer. Pedia ajuda para alguém e aí um fazia o arroz, e o outro, feijão. Não ficava muito bom, mas dava para comer (risos).
A previsão é fim do ano que vem? Vai demorar, então. Eu nunca joguei lá. Sempre que ia jogar, acontecia alguma coisa. Agora no Botafogo fica mais fácil"
Elkeson, sobre o Maracanã
A saudade da família fazia o jogador pensar em voltar para casa. Mas os gols durante as partidas nas categorias de base davam a certeza de que estava no caminho certo, assim como acontece hoje no Botafogo.
- Eu fiz gols logo nos primeiros jogos das categorias de base. É bom porque dá confiança para você e as pessoas passam a te ver com outros olhos. Sabia que era isso que eu queria para minha vida. É bom saber que confiam em você. Acho que, aos poucos, vou conquistar isso no Botafogo também.
Em 2009, Elkeson voltou a morar com os pais, que se mudaram para Salvador. Mas a transferência para o Botafogo fez com que mais uma vez ficasse longe da família. Há três semanas na cidade, o meia teve pouco tempo para se organizar. Comprou um apartamento com a ajuda do empresário que o acompanha desde os 12 anos. Foi ele também quem ajudou com a mudança do atleta para o Rio.
- Eu trouxe só o essencial: minhas roupas, a bíblia e meu iPad, que uso para conversar com minha família. Do resto, ficou quase tudo. Meus pais virão aqui de vez em quando. Agora, já estou acostumado. Não é tão difícil quanto antes.
Elkeson com o Ipad em casa: ajuda para manter contato com os pais
(Thiago Fernandes/Globoesporte.com)
Prazer, praia da Barra
As roupas, inclusive, são o único sinal de vaidade do jogador. Ao ser convidado pelo GLOBOESPORTE.COM para conhecer a praia da Barra (Zona Oeste do Rio de Janeiro), o jogador coloca óculos escuros, um boné e uma camisa de marca. Mas o jeito tranquilo e educado permanece o mesmo. No pouco tempo que teve no Rio, já conquistou amigos, a confiança de Caio Júnior e, claro, fez gols. Mas não conseguiu sair do trajeto trabalho-casa.
- Não conheci nada ainda. Não tive tempo de ir aos pontos turísticos e nem mesmo de conhecer o que está perto da minha casa. A praia é muito bonita. Vou vir aqui quando tiver uma folga. Em Salvador, eu gostava muito de ir à praia.
O ponto turístico que o jogador mais quer conhecer, porém, está fechado para obras. Sem nunca ter jogado no Maracanã, Elkeson sonha pisar o gramado do estádio. Por isso, questionou a reportagem sobre quando o maior palco do futebol brasileiro deve ser liberado. A resposta não agradou muito.
- A previsão é fim do ano que vem? Vai demorar, então. Eu nunca joguei lá. Sempre que ia jogar, acontecia alguma coisa. Agora no Botafogo fica mais fácil.
Gols do Elkeson: Na TV Sinal Verde
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